segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Noções de Economia

SEÇÃO / AULA 1
O Mercado

 Problema central dos agentes econômicos: escolha sob escassez.
 O preço de um bem ou serviço é sempre estabelecido em função de transações por um bem.
 O preço têm uma função fundamental: equilibrar oferta e demanda por bens ou serviços.
 A fim de entendermos a dinâmica dos preços em uma economia capitalista é necessário estabelecer algumas definições.

Demanda- quantidade de um bem ou serviço que um indivíduo ou uma firma decidem comprar a um determinado preço.
 Como a quantidade comprada de um bem ou serviço muda, em função da mudança de preço desse bem ou serviço, conservando-se tudo o mais?
 Para tanto, é necessário analisarmos a curva de demanda individual.












Imaginemos que um consumidor resolva comprar castanhas.
 A tabela indica a quantidade de latas de castanha que o consumidor está disposto a comprar a um determinado preço.

Curva de Demanda Individual















 Do gráfico podemos inferir a seguinte regra geral:

“Quando o bem ou serviço fica mais barato, maior é a quantidade demandada.”
>Vale notar que nem sempre esta regra é válida.

 A partir das curvas de demanda individuais podemos inferir a curva de demanda do mercado.
 Para chegarmos à curva de demanda do mercado, temos que somar as curvas de demanda individuais para um determinado bem ou serviço.
 Esta soma é feita tomando-se as quantidades demandadas de um bem ou serviço, por todos os indivíduos, a um determinado preço.
















 A partir desta nova tabela, podemos construir o gráfico da demanda de mercado pelas castanhas.

















 Da mesma forma que, no caso das demandas individuais, quando o preço das castanhas aumenta a quantidade demandada diminui, e quando o preço das castanhas cai a quantidade demandada das castanhas aumenta.
 Estes movimentos ocorrem ao longo da curva de demanda.

 No entanto, se relaxarmos a hipótese de que tudo ficou constante e apenas os preços do bem ou serviços demandados mudaram, poderemos ter movimentos da curva de demanda.
 Assim, podemos ter mudanças na quantidade demandada de um bem ou serviço sem que o preço daquele bem ou serviço tenha se modificado.
 A curva de demanda pode se movimentar devido a, basicamente, dois fatores:
– mudanças na renda individual
– mudanças nos preços de outros bens ou serviços.

Mudança na Renda Individual

 Quando a renda individual se modifica, a quantidade demandada de determinados bens ou serviços tende a se modificar.
 Exemplo:
– Um indivíduo ficou mais rico, ele irá demandar mais de determinados bens ou serviços.
– Se sua renda cai, por outro lado, ele irá demandar menos de determinados bens ou serviços.

Mudança na Renda Individual

O consumo de vinho no Brasil, nos últimos anos, é um bom exemplo do que ocorre com a demanda por bens ou serviços quando a renda dos indivíduos se modifica, como mostra reportagem da Gazeta Mercantil
Mudança na Renda Individual
ONDE O VINHO É LEVADO A SÉRIO
por Marcelo Copello
“O aumento do consumo de vinho no Brasil é
uma realidade. A boa notícia para os produtores,
comerciantes e restaurantes, por outro lado,
evidencia a grande carência de profissionais
treinados nas artes da enologia, que agora estão
altamente requisitados aqui.”

Mudança na Renda Individual

 Podemos afirmar que, entre outros fatores, o que vem contribuindo para este aumento de consumo do vinho é a elevação da renda real do brasileiro;
 Neste caso, ao mesmo preço do vinho de antes da elevação da renda, corresponde, agora, uma quantidade demandada mais elevada.

Mudança nos Preços dos Outros Bens

 Quando os preços dos outros bens se modificam, pode haver um impacto sobre a demanda do bem em questão.
 Isto ocorre quanto mais relacionado, ou próximos, são os bens;
 Assim, quando os bens são ditos substitutos – isto é, quando a elevação no preço de um bem leva a uma elevação na quantidade demandada de outro – mudanças nos seus preços deslocam a curva de demanda;

 Se o preço da manteiga aumenta, a quantidade demandada de margarina tende a aumentar, em conseqüência. Os indivíduos tenderão a substituir manteiga por margarina;
 Quando os bens são complementares – isto é, quando a elevação no preço de um bem leva a uma queda na quantidade demandada de outro bem – o efeito da mudança de preço é oposto;

Por exemplo: café e açúcar podem ser considerados bens complementares.

Estes são exemplos de fatores econômicos que fazem as curvas de demanda individual se deslocarem;

Outros fatores, ditos não econômicos, também levam a deslocamentos na curva de demanda.

Mudanças nos Gostos e Preferências

 Caso do vinho branco no Brasil.
Após a divulgação de pesquisas indicando que o vinho tinto seria benéfico para o coração, houve uma forte redução do consumo de vinho branco no país.

Mudanças Demográficas

Mudanças na demanda também ocorrem por conta de mudanças demográficas.
 O caso mais comum é a mudança na pirâmide etária:
– O envelhecimento da população traz consigo mudanças nos hábitos de consumo, deslocando a curva de demanda de vários bens que seriam tipicamente consumidos por populações mais jovens.
Novas Informações
 As curvas de demanda também se deslocam em face de novas informações que surgem:
– O caso do vinho tinto se enquadraria nesta situação.
– A descoberta de que acerola aumenta a imunidade do organismo, fazendo com que se eleve o consumo – ou a quantidade demandada de acerola.
– O caso também da gripe aviária. Ante a essa nova informação, as pessoas estão deixando de consumir frango, deslocando a curva de demanda.

Mudanças na Disponibilidade de Crédito
 Caso do crédito consignado:
– O aumento do crédito, e por conseguinte, uma queda do seu custo, fez com que os indivíduos elevassem a demanda por bens e serviços em geral, deslocando as curvas de demanda individuais.

Mudanças nas Expectativas

As curvas de demanda por bens e serviços também se deslocam em conseqüência ao que os indivíduos pensam em relação ao futuro.

Se eles estão mais otimistas em relação ao futuro, consumirão mais; se estão mais pessimistas, consumirão menos.

 Devemos observar que o deslocamento das curvas de demanda podem se dar em duas direções:
 Deslocamentos para a direita indicam aumento na disposição do indivíduo a consumir;
 Deslocamentos para a esquerda, indicam redução na disposição do indivíduo, para o consumo.









SEÇÃO / AULA 2

TEMA: Oferta
A oferta descreve a quantidade de bem ou serviço que um indivíduo ou uma empresa está disposto a vender, a um determinado preço. Novamente, cabe perguntar: Como a quantidade ofertada reage a mudanças de preço do bem ou serviço?

A tabela mostra a quantidade de automóveis Fox que a Volkswagen está disposta a produzir, de acordo com mudanças no preço dos mesmos.













Como pode ser inferido da tabela, quanto maior o preço do bem ou serviço, mais a empresa ou o indivíduo estarão dispostos a ofertá-los.

Isto ocorre porque, quanto mais altos os preços dos bens ou serviços, geralmente maiores serão os lucros. Podemos traçar uma curva que une os diversos pontos – preço X quantidade ofertada - obtendo o gráfico da curva de oferta.












A curva de oferta do mercado é obtida de modo semelhante àquele utilizado para determinar a curva de demanda do mercado, bastando para tanto somarmos as quantidades ofertadas de um bem, a um determinado preço.

Evidentemente, quando falamos da oferta de um mesmo bem, estamos admitindo que os bens sejam razoavelmente homogêneos. Assim, podemos determinar, por exemplo, a oferta de carros médios, de carros de luxo, etc.

Da mesma forma que a curva de demanda, a curva de oferta também está sujeita a deslocamentos para direita e para a esquerda.
 Os fatores que deslocam a curva de oferta são diversos:
– mudanças nos preços dos insumos;
– mudanças na tecnologia;
– mudanças ambientais;
– mudanças na disponibilidade de crédito;
– mudanças nas expectativas.

Mudanças nos Preços dos Insumos

Quando os preços dos insumos utilizados na produção de um bem se elevam o bem passa a ser ofertado a um preço mais alto.













Com isso, a um determinado preço, os produtores estarão dispostos a ofertar uma menor quantidade do bem. Isto é equivalente a um deslocamento para a esquerda da curva de oferta.

Já quando os preços dos insumos utilizados na produção de um bem se diminuem o bem passa a ser ofertado a um preço mais baixo. Com isso, a um determinado preço, os produtores estarão dispostos a ofertar uma maior quantidade do bem. Isto é equivalente a um deslocamento para a direita da curva de oferta.

Mudanças na Tecnologia

Mudanças na tecnologia tornam, via de regra, a produção de 1 bem mais barato, porque elevam a produtividade dos fatores de produção. Desta forma, a um determinado preço, os produtores tornam-se mais dispostos a ofertar quantidades maiores do bem. Isto equivale a um deslocamento para a direita na curva de oferta.

Mudanças Ambientais

Mudanças ditas ambientais, tais como quebra de safra, secas, geadas etc., tornam o processo produtivo mais caro. Com isso, a um determinado preço, os produtores serão obrigados a ofertar uma quantidade menor de bens. Isto é o mesmo que dizer que a curva de oferta se deslocou para a esquerda.

Mudanças na Disponibilidade de Crédito

Quando o crédito torna-se escasso, seu custo aumenta e, com ele, elevam-se também os custos de produção. Desta forma, a um determinado preço, os produtores irão ofertar menos produtos (alternativamente, eles ofertarão a mesma quantidade de antes da elevação do custo do crédito a um preço mais elevado). Nestas circunstâncias, a curva de oferta sofre um deslocamento para a esquerda.

Mudanças nas Expectativas

O efeito das mudanças nas expectativas é muito sutil. Uma nova tecnologia para produzir relógios de pulso foi anunciada, mas ainda não se tornou disponível. Nestas circunstâncias, os produtores de relógio tenderão a reduzir sua produção aguardando a disponibilização da nova tecnologia.

Caso contrário, podem ser obrigados a incorrer em um custo de produção mais elevado diante de um quadro de redução nos preços dos relógios por seus concorrentes. Isto equivale a um deslocamento para a esquerda na curva de oferta.

Curva de Demanda
Deslocamentos















É importante notar também que estes deslocamentos são sempre paralelos.
Isto ocorre porque o deslocamento não é uma conseqüência da alta ou da baixa do preço do bem ou serviço.


Oferta e Demanda

A análise conjunta das curvas de oferta e demanda de mercado determinam o ponto de equilíbrio de mercado. O ponto de equilíbrio é determinado por:
 Preço de Equilíbrio
 Quantidade de Equilíbrio

Dizemos equilíbrio quando a oferta se iguala à demanda e não há nenhuma razão para mudança. Este é o sentido de equilíbrio em economia. A interação entre essas duas curvas vai permitir também a determinação da quantidade de equilíbrio.

 A quantidade de equilíbrio é aquela derivada da igualdade entre oferta e demanda.

 Assim, se um produtor está disposto a vender 10.000 automóveis a um preço de R$ 45.000,00 e existe uma demanda para esses 10.000 automóveis, dizemos que 10.000 automóveis é a quantidade de equilíbrio e que R$ 45.000,00 é o preço de equilíbrio do automóvel.














 À idéia de que o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem são determinados pela conjunção da oferta e demanda denominamos LEI DA OFERTA E DEMANDA. Este é o início do nosso entendimento sobre o funcionamento da economia. Teremos agora que dar um passo adicional para permitir uma melhor compreensão do seu funcionamento.

 Possui Três Componentes Básicos:
 hipóteses acerca de como os consumidores se comportam;
 hipóteses acerca de como as empresas se comportam;
 hipóteses acerca dos mercados nos quais estes consumidores e empresa interagem.

Modelo Competitivo
O nosso modelo ignora o governo

O que foi apresentado até agora nos permite ter uma melhor compreensão de como funcionam, a grosso modo, os mercados. Os mercados que operam sob a lei da oferta e da demanda são os meios mais eficientes de alocação do que é produzido na economia. Esta eficiência é normalmente chamada EFICIÊNCIA DE PARETO.

Dizemos que uma eficiência é de Pareto, quando uma determinada distribuição do que é produzido entre os indivíduos da economia não pode ser melhorada sem que alguém piore de posição.
 Exemplo
 Se formos distribuir os pães produzidos em uma economia, não com base no critério do preço que os indivíduos estão dispostos a pagar, mas sim com base em critérios tais como cor dos olhos, estaríamos promovendo uma alocação que não seria eficiente sob o ponto de vista econômico.

Uma outra situação de ineficiência alocativa é representada pelo congelamento de preços. Neste caso, os produtores se sentiriam desestimulados a ofertar uma quantidade equivalente à procura dos bens e haveria, por conseguinte, racionamento.





SEÇÃO / AULA 3
Tecnologia
 Vamos estudar agora o comportamento da firma.
 Iniciaremos o estudo analisando as restrições que a firma encontra para produzir.
 A primeira restrição imposta à firma é de natureza tecnológica.
 Existem certos tipos de escolhas tecnológicas que são possíveis.
 Os insumos de produção são chamados de fatores de produção.
 Os fatores de produção são usualmente classificados em categorias tais como: terra, capital e matéria-prima.
Tecnologia
 Os bens de capital são aqueles insumos produzidos por outros.
 Os bens de capital são as máquinas e os equipamentos.
 Existe também o chamado capital financeiro, isto é, o dinheiro usado no processo produtivo.

Essas combinações são chamadas de CONJUNTO DE PRODUÇÃO








 Como os insumos custam dinheiro, devemos procurar extrair o máximo dos mesmos.

 Com isso, vamos restringir nossa atenção para a chamada FUNÇÃO DE PRODUÇÃO.
 A função de produção mede o máximo possível de produto a ser obtido, com o auxílio de uma dada quantidade de insumos.

Minimização de Custo











Com base nessa relação podemos também definir a ISOQUANTA.

 Uma isoquanta é o conjunto de todas as combinações possíveis entre os insumos 1 e 2, necessários para produzir uma dada quantidade de um produto.

 As isoquantas são semelhantes às curvas de indiferença.

 As isoquantas, contudo, não são definidas em termos de nível de utilidade.












Propriedades da Tecnologia
 A tecnologia é normalmente suposta ser monotônica.
 Se aumentarmos o montante de, pelo menos, um dos insumos, é possível produzir, no mínimo, tanto quanto estávamos produzindo.

 A tecnologia também é suposta ser convexa.
 Isto significa que, se existem duas maneiras de produzir y unidades de um produto, (x1, x2) e (z1, z2), a média ponderada dessas duas maneiras vai nos permitir produzir pelo menos y unidades do produto.

 Proporções Fixas: neste caso, só é possível produzir um mínimo a partir da combinação de dois insumos.
 Escrevemos a função de produção como:
f(x1, x2) = min{x1, x2}
Isoquantas - Proporções Fixas











Substitutos Perfeitos: neste caso, a produção depende apenas do número total de insumos.
– Formalmente:
f(x1, x2) = x1 + x2

Isoquantas - Substitutos Perfeitos










 Cobb-Douglas: esta função de produção possui o seguinte formato:


Onde:
– O parâmetro A mede a escala da produção, isto é, quanto poderemos obter se usarmos uma unidade de cada insumo.

– Os parâmetros a e b medem quanto do montante produzido responde a mudanças nos insumos.

 Produto marginal: mede o quanto obtemos a mais de um produto, fazendo variar um dos insumos, em uma unidade.
 Taxa técnica de substituição: mede a taxa à qual a firma terá de substituir um insumo por outro, a fim de manter sua produção constante.
 Isto posto, podemos estudar duas propriedades da função de produção:
• a produtividade marginal decrescente;
• a taxa técnica de substituição decrescente.

Produtividade Marginal: Uma vez que a tecnologia é monotônica, sabemos que o produto total vai aumentar quando elevamos a quantidade do insumo 1.

 No entanto, este aumento vai se dar a taxas decrescentes. Esta é a chamada Lei da Produtividade Marginal Decrescente.

 Os conceitos de CURTO PRAZO e LONGO PRAZO são relevantes no contexto da Produção. No CURTO PRAZO existem alguns fatores de produção que são fixos em um determinado nível. Ou ainda, no curto prazo existe, pelo menos, um fator de produção que é fixo. No LONGO PRAZO todos os fatores de produção são variáveis.

 Um outro conceito também importante em relação às funções de produção é o conceito de RETORNO CONSTANTE DE ESCALA.
 De acordo com o mesmo, se elevarmos ambos os insumos da nossa função de produção em uma escala k, a produção de determinado bem aumentará k vezes.

 Assim, se João usa duas vezes mais trabalho e terra para produzir rúculas, sua produção de rúcula será duas vezes maior.

Maximização de Lucros

 A firma vai escolher um nível de produção que maximize seu lucro. Por hipótese, a firma vai operar com preços fixos para seus insumos e seus produtos. Este quadro é também conhecido como o quadro dos MERCADOS COMPETITIVOS.
 Vamos definir lucros como simplesmente a diferença entre as receitas e os custos da firma:
Lucro = Receitas – Custos
 Podemos também definir as linhas de ISOLUCROS. Estas linhas nada mais são do que todas as combinações de insumos e produtos que geram um nível constante de lucro.
 Linhas de Isolucro















 O ponto onde a linha de isolucro tangencia a função de produção é o ponto de maximização de lucro da firma, a curto prazo.

 Note que este processo de maximização sugere que um dos insumos da firma é fixo, de modo que a maximização será obtida a partir da escolha ótima do fator variável.

Custos

 Os custos podem ser de dois tipos:
– Fixos: são aqueles que não mudam independentemente do volume produzido; Variáveis: são aqueles que variam com o nível de produção. São representados basicamente pelos custos dos insumos. Custos Totais: são dados pela soma dos custos fixos e dos custos variáveis.

Custos Fixos








Custos Variáveis













Custo Total











custo marginal é o custo extra que corresponde a cada unidade de produção adicional.

 Ele nos diz, por exemplo, qual é o custo extra de se produzir uma unidade adicional do Volkswagen Fox.



















O custo marginal é determinado pela seguinte fórmula:




 Onde:
– C = mudança no custo total
– Q = mudança na quantidade produzida

Curva de Custo Marginal

 A CURVA DE CUSTO MARGINAL representa graficamente o custo marginal de cada unidade adicional de produto.

 A fim de derivarmos a curva de custo marginal, começamos pela curva de custo total. A curva de custo marginal vai representar a inclinação da curva de custo total a cada quantidade de produto.








Custo Médio: custo médio é dado pela divisão entre o custo total e a quantidade total produzida.














 A CURVA DE CUSTO MÉDIO informa o custo médio a cada nível de produção.













 Existe uma importante relação entre as curvas de custo médio e custo marginal.

 A curva de custo marginal intercepta a curva de custo médio no ponto mais baixo do U, o chamado custo médio mínimo.

 Se CMg < CMe
– a produção de uma unidade extra de produto baixará o custo médio  neste ponto, a curva de custo médio será decrescente.

 Se CMg > CMe
– a produção de uma unidade extra de produto elevará o custo médio  neste ponto, a curva de custo médio será crescente.

 Se CMg = CMe
– o custo médio será o mínimo

 Quando o preço do insumo se altera, as curvas de custo se deslocam.
 Um aumento no custo variável desloca para cima as curvas de custo total, médio e marginal.

 Uma diminuição no custo variável desloca para baixo as curvas de custo total, médio e marginal.

Custo Total – Deslocamentos




Custo Médio e Marginal - Deslocamentos

 Um aumento no custo fixo desloca para cima a curva de custo total e médio.

 Um decréscimo no custo fixo desloca para baixo a curva de custo total e médio.

 As curvas de custo médio de longo prazo podem ter formatos diferentes do U da curva de curto prazo.

 A curva de custo total relevante de longo prazo é dada pelo limite inferior das curvas de custo total de curto prazo à medida que a produção vai sendo expandida.
Curvas de Custo Médio de Curto e Longo Prazo

 O que acontece com o custo médio de longo prazo quando todos os insumos aumentam juntos?

– Se os insumos crescem na mesma proporção que o produto, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal (retornos constantes de escala).

– Se os custos crescem mais que o produto, a curva de custo médio de longo prazo é inclinada para cima (retornos decrescentes de escala).

– Se o produto aumenta mais que os custos, a curva de custo médio é inclinada para baixo (retornos crescentes de escala).

SEÇÃO / AUlA 4
Estruturas de Mercado
 Quando os economistas observam mercados, eles observam primeiro a estrutura de mercado, isto é, como ele está organizado. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação entre a oferta e a demanda. Em todas as estruturas clássicas os agentes são maximizadores de lucro.

Concorrência Perfeita

 As suposições essenciais do modelo básico de concorrência perfeita incluem o seguinte:
– Firmas e pessoas são tomadoras de preço – cada uma delas é tão pequena em relação ao mercado que suas decisões não afetam o preço de mercado.
– Indivíduos e firmas têm informação perfeita sobre a qualidade e disponibilidade dos bens, e sobre os preços de todos os bens.
– Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si.
– A entrada e saída de firmas no mercado é totalmente livre.
– Os bens podem ser desfrutados exclusivamente pelo comprador.

 Em concorrência perfeita, cada firma preocupa-se somente com quanto deve produzir.

 Toda a produção será vendida a um único preço: o preço de mercado. Ao decidir quanto produzir, a firma maximizadora de lucro concentrará suas decisões na margem, ou seja, ela simplesmente compara a receita marginal que receberá ao produzir aquela unidade – que é precisamente o preço daquela unidade – com o custo extra de produzi-la, o custo marginal.

A Firma em Concorrência Perfeita

 Em mercados competitivos, as firmas produzem ao nível em que o preço é o mesmo que o custo marginal.

Concorrência Imperfeita e Estrutura de Mercado


 Na maioria das vezes, contudo, a competição não é perfeita. Ao contrário, é limitada.
 No modelo básico de competição perfeita, cada firma tomava p preço de mercado como dado.
 Se uma firma tentasse aumentar seu preço, perderia todos os seus clientes.
 Quando a competição é imperfeita, a firma pode perder alguns, mas não todos os seus clientes se cobrar um preço superior.
 Na competição imperfeita, as firmas não “tomam” simplesmente o preço que lhes é ditado pelo mercado. Elas “formam” o preço.
 Seja tomadora ou formadora de preço, a firma procura maximizar seu lucro.
 Ao determinar a quantidade do produto, a firma vai comparar a receita marginal que receberá por produzir uma unidade extra do produto com o custo extra ou custo marginal de produzir aquela unidade.
 A principal diferença entre uma firma que se defronta com competição perfeita e aquela que enfrenta competição imperfeita está na relação entre receita marginal e preço.
 Para a firma em competição perfeita, a receita marginal é igual ao preço.
 Em competição imperfeita, a receita marginal não é igual ao preço de mercado.

Concorrência Imperfeita: Monopólio

 Não existe concorrência na oferta.
 O setor é constituído de uma única firma, ou seja, situação em que uma empresa domina sozinha a produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço.
 Por isso, pode estabelecer o preço.
 Nessa estrutura de mercado existe concorrência entre os consumidores.
 A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo.
 Há presença de barreiras à entrada de novas firmas, ou seja, é necessário manter os concorrentes em potencial afastados.
 Estes obstáculos podem ser administrados pelo monopolista através de:
 Controle sobre o fornecimento da matéria prima;
 Barreiras legais, como registros de patentes;
 Licenças e concessões governamentais e outros.
 É importante ressaltar que, em muitas circunstâncias, é a estrutura mais apropriada para a produção de certos bens e serviços como nos monopólios governamentais (ex. Correios).
 A legislação da maioria dos países proíbe o monopólio, com exceção dos exercidos pelo Estado, geralmente em produtos e serviços estratégicos.
 O monopólio “puro” é uma construção teórica, porque, na prática, ele não existe.
 O monopolista irá operar no ponto onde a receita marginal é igual ao custo marginal.
 No entanto, para o monopolista, a receita marginal é menor do que o preço de mercado.
 Portanto, o monopolista cobra um preço que incluí um markup sobre o custo marginal.
 O tamanho do markup depende da elasticidade da demanda.

A Firma em Concorrência Imperfeita


 Dado que no monopólio o preço excede a receita marginal, os compradores pagam pelo produto mais que o custo marginal de produzi-lo. Neste caso, há menos produção em um monopólio do que haveria, se o preço fosse igual ao custo marginal.

Concorrência Imperfeita: Monopólio

Concorrência Imperfeita: Concorrência Monopolista

 Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolista caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos.

 Por exemplo, diferentes marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó, etc.

 Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita.
 Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a existência de substitutos próximos, permite aos consumidores, alternativas para fugirem de aumentos de preços.
 Da mesma forma que na concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de novas firmas no mercado.
 Um competidor monopolístico escolhe a quantidade que vai produzir igualando receita marginal e custo marginal, e depois vendendo essa quantidade ao preço dado em sua curva de demanda


Concorrência Imperfeita: Concorrência Monopolista


Concorrência Imperfeita: Oligopólio

 O oligopólio é caracterizado pela presença de um número reduzido de vendedores, produzindo produtos que são substitutos próximos entre si.

 Pode também ser caracterizado como sendo uma indústria em que há grande número de firmas, mas somente poucas dominam o mercado.

 A indústria automobilística é um exemplo de oligopólio.


 Oligopólios caracterizam-se por:

– Existência de poucas firmas, de tal forma que as decisões e ações de cada firma sejam relevantes para as outras. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento econômico dos outros vendedores.

 Oligopólios caracterizam-se por:
• Produto homogêneo ou diferenciado. Quando o oligopólio oferece produtos homogêneos (substitutos perfeitos entre si) ele é considerado Oligopólio “Puro” (indústria do cimento, aço etc). Caso contrário será considerado Oligopólio diferenciado (indústria automobilística e de fumo).
– Presença de barreira para entrada de novas firmas. É exercida com o controle de matérias-primas, registro de patentes etc.
Ö O modelo duopólio é caracterizado por apenas duas empresas produtoras ou vendedoras no mercado.

 Os oligopolistas precisam escolher entre competir ou buscar lucros mais altos pela colusão com firmas rivais. Eles precisam decidir o que os rivais farão em resposta a qualquer ação que levem a cabo.

Concorrência Imperfeita: Monopsônio

 Estrutura de mercado caracterizada pela existência de muitos vendedores e um único comprador que domina o mercado.
 É uma estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho.
– É o caso, por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e, por ser única, torna-se demandante exclusiva da mão-de-obra local. Portanto, ou os trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam trabalhar em outra localidade.

Concorrência Imperfeita: Oligopsônio

 Estrutura de mercado caracterizada pela existência de poucos compradores, que dominam o mercado, para muitos vendedores.
– Exemplo: O setor automobilístico comprando das inúmeras firmas de autopeças.

 Nessa estrutura defrontam-se um monopolista e um monopsonista. Tipicamente, o monopolista deseja vender uma certa quantidade de produto por um preço, e o monopsonista pretende obter a mesma quantidade por um preço diferente daquele oferecido pelo monopolista.

 Como ambas as posições são conflitantes, somente a negociação recíproca permite a definição do preço.

Concorrência Imperfeita: Cartel

 Estrutura caracterizada por uma organização formal ou informal de poucos vendedores dentro de determinado setor, que determina a política de preços para todas as empresas que o compõem.
 O cartel perfeito nada mais é do que os oligopolistas, reconhecem a interdependência que têm entre si, e procuram se unir, maximizando o lucro do cartel.

Um comentário:

Elziane Nascimento "Anny" disse...

Caramba...sumiu os gráficos...E, não tou acertando adicioná-los