sábado, 24 de outubro de 2009

Resenha sobre o filme "A Rainha"

Noções introdutórias

Este filme fala sobre a sociedade e o Estado, mostra o Estado com suas finalidades sociais e mostra principalmente a ordem jurídica e a ordem social, ou seja, mostra a forma de como o poder social se envolve no poder do Estado, por que a sociedade tem a idéia de direito natural, ou seja, é um direito além do Estado.

Porém, Paulo Bonavides identifica a sociedade como um circulo mas amplo e o Estado como círculo mas restrito. Para ele a sociedade vem primeiro e, o Estado depois.

”A sociedade, algo interposto entre o individuo e o Estado, é a realidade intermediaria, mas larga e externa, superior ao Estado, porém inferior ainda ao individuo, enquanto medida de valor”.
Portanto, a sociedade se define pelo seu teor econômico, pela existência de classe, já o Estado é a opressão organizadora, pois o Estado é produto da Sociedade, instrumento das contradições sociais . O estado não está fora da sociedade, mas dentro, posto que se distinga da mesma. Então, o Estado é uma das formas da sociedade, caracterizada pela especificidade de seu fim - a promoção da ordem política, a organização coercitiva dos poderes sociais de decisão , em concomitância com outras sociedades, como as de natureza econômica, religiosa, educacional, cultural, lingüística, etc.

-O filme mostra o relacionamento entre a sociedade e o Estado, e foca as duas semanas posteriores à morte de Lady Di, no dia 21 de agosto de 1997, quando a família real britânica enfrentou uma das piores crises de sua história. Elizabeth 2ª ficou tão atordoada com o ódio da sociedade contra ela por não ter viajado de imediato à Londres depois da morte da princesa que cogitou deixar o trono. A rainha deixou de lado o fato, por que Diana não era mas uma alteza, e a família real era muito criticada pelo fato de Diana viver exposta na mídia e esta envolvida em escândalos , mesmo assim Diana não deixou de ser considerada princesa, ela era considerada a “princesa do povo” por que estava sempre presente em comunidades e em entidades carentes.

O filme começa na manhã em que o Partido Trabalhista venceu as eleições gerais, em maio de 1997, e o novo primeiro-ministro, Tony Blair, é transportado ao Palácio de Buckingham, em Londres, para receber de Elizabeth II a permissão de formar o novo governo. No entanto, no 1º dia de Tony Blair no poder, por onde ele passava, as ruas estavam lotadas de pessoas que queriam prestigiar o mais novo ministro que tinha sido eleito por uma nação inteira. Ele é arcaico e conservador e planejava transformar a cidade com grandes modernizações .

A família real em meio de uma das maiores crises com seus súditos, após a morte da princesa Diana, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II (Helen Mirren), se vê diante de um impasse: ela terá de lutar contra velhas tradições reais se não quiser perder o carinho de seu povo. O primeiro-ministro Tony Blair (Michael Sheen), recém-eleito na época da tragédia, terá a difícil missão de mudar a visão da rainha, que não aceita as divergentes e modernas opiniões de Blair, principalmente em relação às providências que deve tomar para o funeral de Lady Di. A família real não fez nenhuma declaração pública a respeito da morte de Diana, não queria fazer nada que fosse expor a imagem da família real perante a sociedade, mas o primeiro ministro Tony Blair fez uma homenagem a Diana e ressaltou o carinho , a atenção , o carisma que ela sempre demonstrou pelo seu povo e pelo mundo. O presidente Clinton, também fez sua homenagem na imprensa e falou da princesa como mãe, mulher, amiga e principalmente de seu carisma com o povo, e declarou ela como a “rainha da era”.

Ao meio da crise o povo começou a questionar-se a soberania da Rainha como chefe(a) de Estado, por que na Inglaterra não tem Constituição escrita, e é o povo que sustenta os gastos e o luxo do palácio com seus impostos. Porém, as pessoas (o povo) clamavam por mudança, devido as circunstâncias da época, ou seja, a sociedade estava em uma verdadeira revolução silenciosa, devido o descaso da família real com a perda da princesa, por que eles não demonstravam nenhum interesse, ou seja, não demonstravam nenhuma forma de solidariedade , e continuavam em suas posições , tornando a situação ainda mas dificultosa para a família real, e isso lamentavelmente estava dificultando a relação da soberania com seus súditos.

Por que a Rainha continuava reservada e seguia suas tradições e não se deixou envolver emocionalmente com fato da princesa, mas ela sentiu os ataques de seus súditos, pois o poder da Rainha é “simbólico”, e é muito considerado por seus súditos, objeto que tem muitos significados, mas o Poder Social, com seus movimentos e criticas fez com que a rainha fizesse uma declaração a respeito do fato, mas não há dúvida que isso foi uma manobra da rainha, ela teve esta atitude apenas para não perder o poder, fez isso para não ser odiada pelos seus próprios súditos, ela soube muito bem ser dissimulada para defender seu poder.


Noções Conclusivas
A camada social estava muito envolvida com as notícias divulgada na imprensa, e até mesmo, por se tratar de um interesse especial, um interesse que existe dentro de si e para si. A sociedade desempenhou função importante para defender seus interesses particulares e sentimentais e se transformar finalmente em classes distintas, ou seja, a rainha e a sociedade no mesmo patamar, ambos defendendo a mesma causa.

No entanto, o filme mostra claramente que a sociedade não pode subsistir sem uma “classe dominante”, e esta classe é representada pela minoria, e esta minoria impõe ao resto da sociedade a “ordem jurídica” a qual aparece com uma justificação, uma legalização da exploração à qual ela se submete. Mesmo que as multidões conseguissem despojar a Monarquia de seu poder, trataria-se, apenas de uma aparência por que sempre surge necessidade no seio das massas, uma nova minoria organizada que se tornaria novamente uma minoria.
Este fato social contribuiu para admitir a sociedade como um ser de realidade autônoma, o qual, obedecendo as leis próprias, levariam uma vida independente daquela de seus membros. Mas não há dúvida que a sociedade existe por que os indivíduos entram em uma interação social. Essa ação recíproca se produz sempre por determinados instintos ou para determinados fins. Porém, essas interações significam que os indivíduos, nos quais se encontram aqueles instintos e fins, foram por eles levados a unir-se, convertendo-se numa unidade, uma sociedade ou um Estado. Portanto, um Estado é unidade, por que entre seus indivíduos existe a correspondência relação de ações mútuas, o Estado vale como algo que se exprime numa vontade geral, captada diretamente da relação individuo Estado e ele é produto da sociedade, é uma organização de domínio do poder é o poder organizado de uma classe para opressão de outra.


Referências bibliograficas
Esta resenha foi feita com base no filme "A Rainha" e no livro do Paulo Bonavides. Ciência Política. 10ª edição.


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